Saúde pública

Trabalho da Redução de Danos sofrerá interrupção em Pelotas

Contratos se encerram nesta quarta-feira; projeto que permitirá a contratação de 15 agentes ainda tem que passar pela Câmara

Carlos Queiroz -

Mais uma vez, o trabalho do programa de Redução de Danos será interrompido em Pelotas. Sem equipe, as abordagens a dependentes químicos - direto nos pontos de uso e abuso de álcool e outras drogas - se encerram na quarta-feira. A expectativa da prefeitura é de que o projeto de lei, que permitirá a seleção para contratação de 15 agentes redutores de danos, chegue à Câmara de Vereadores nesta próxima semana. Antes, a proposta que está nas mãos do Conselho de Política de Administração e de Remuneração de Pessoal (Coparp) ainda passará pela Secretaria de Governo.

Para amenizar os prejuízos da suspensão dos serviços, o departamento de Saúde Mental promete manter plantão para situações mais urgentes. Não há profissionais, entretanto, para as saídas de campo; marca do programa desde que foi instituído em Pelotas, há 18 anos. "Sabemos da importância do trabalho. Os redutores vão em pontos onde ninguém mais vai", destaca a coordenadora do departamento, psicóloga Gabriela Haack.

E assim, nesse contato direto com os usuários, sem preconceitos e julgamentos, os redutores de danos, não raro, tornam-se interlocutores desses homens e mulheres. Distribuem muito mais do que fôlderes informativos, preservativos para o sexo seguro e materiais que permitam a prevenção de doenças como a Adis, a hepatite e a tuberculose. "Levamos a escuta a essas pessoas", resumem os profissionais. E no processo de atenção a esses dependentes químicos, muitas vezes nem ouvidos nem vistos pela sociedade, os agentes da Redução de Danos conseguem encaminhá-los a outros serviços públicos, como os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Processo de seleção deve ser agilizado
Depois de autorizada pela Câmara de Vereadores, a seleção tende a ser rápida - projeta Gabriela Haack. A definição dos 15 agentes será feita através da análise de currículos. Os contratos com validade de um ano, prorrogáveis por igual período, integram um trabalho que tem se viabilizado com verbas das três esferas de governo: União, Estado e Município.

O número médio de atendimentos/abordagens é de 1,6 mil mês. Sem os redutores de danos de prontidão, outros dois serviços sofrem reflexos: o do programa Consultório na Rua e o do Caps Álcool e Drogas (Caps-AD). Atualmente, o grupo conta com 11 profissionais. Na última vez que precisou interromper atividades, há dois anos, a paralisação da Redução de Danos se prolongou por 30 dias.

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